«Mais bola, mais oportunidades, só faltou mais sorte». As palavras não são nossas mas sim de Matic e espelham o que aconteceu esta noite em Amesterdão.
O Benfica liderou em todos
os capítulos: mais posse de bola (53%), mais oportunidades (17 contra 11
do Chelsea) e mais remates à baliza (11 contra 7) mas o futebol não é lógico,
nem é justo e perante esta inevitabilidade o Benfica foi derrotado.
Antes do jogo tínhamos
avisado que o jogo decidir-se-ia em detalhes (ver aqui) e assim foi com um golo nos
descontos tal como sucedera frente ao Porto.
Duas Maldições ...
Passados 51 anos da declaração
proferida por Béla Guttmann (ver aqui) "Sem mim, o clube não vai ganhar uma final europeia
nos próximos 100 anos", o Benfica volta a perder uma final
europeia e acrescenta uma outra que, certamente, não irá prevalecer: a maldição
dos 92 minutos.Primeira Parte:
O Benfica apoiado pelos cânticos dos seus adeptos, dominou os primeiros 45 minutos e anulou a equipa do Chelsea. Os encarnados mostraram uma grande dinâmica executando jogadas de combinações coletivas que levaram ao rubro os presentes. O Benfica teve diversas oportunidades mas faltou clarividência na hora de finalizar. Do lado do Chelsea apenas um lance de perigo protagonizado por Lampard ao qual Artur respondeu com uma defesa de elevado grau de dificuldade.
Segunda Parte:
No segundo tempo, o Chelsea entrou mais pressionante e equilibrou o jogo. O Benfica conseguiu introduzir a bola na baliza aos 51 minutos mas o golo foi invalidado por posição irregular de Cardozo a passe de Gaitan. Num lance iniciado por Petr Cech, Fernando Torres surgiu isolado frente a Artur (em virtude de erros dos dois defesas centrais) e depois de fintar o guarda-redes rematou para as redes encarnadas.
Foi um golo contra a corrente de jogo e a resposta do Benfica não tardou. Passados cerca de 10 minutos Cardozo concretizou o penalty e empatou o jogo. Minutos depois Cardozo podia ter feito o segundo não fosse a excelente defesa do guarda-redes checo ao remate quase indefensável do paraguaio. No final do tempo regulamentar, Lampard executou um poderosíssimo remate que embateu com estrondo na barra da baliza de Artur. Aos 92, quando todos já prespetivavam um prolongamento, surgiu Ivanovic que fez de Kelvin e colocou por terra as aspirações da equipa benfiquista em conquistar a Liga Europa. Houve ainda tempo para uma oportunidade de Cardozo que embrulhado nos defesas dos blues não conseguiu finalizar com sucesso.
Principais exibições:
Artur - não teve culpa nos golos e defendeu um forte remate com muito efeito de Lampard na primeira parte.
Garay - esteve enorme na primeira parte mas falhou no lance do golo de Torres e saiu lesionado mais tarde abalando a coesão da equipa.
Matic e Enzo Pérez - o sérvio mostrou à sua antiga equipa o seu valor somando diversos cortes e criando a primeira fase de construção. O argentino teve irrepreensível, equilibrou com as suas ações defensivas e desequilibrou quando a bola chegava aos seus pés. No final do jogo emocionou-se e chorou em pleno relvado. Esta dupla superiorizou-se a David Luiz e Lampard e foi a chave da boa exibição do Benfica.
Salvio e Gaitán - Toto rubricou uma boa exibição e criou vários problemas a A. Cole. Já Gaitán teve lances com pormenores deliciosos mas acabou por ser algo perdulário na finalização. Acabou o jogo como lateral esquerdo.
Cardozo - anotou uma excelente exibição, marcou um golo e obrigou Petr Cech a uma exibição quase impossível.
Quanto ao Chelsea, a equipa não justificou o favoritismo e protagonizou uma exibição fraca(principalmente na primeira parte). Apesar do referido, somou em dois anos duas competições europeias tendo sido inferior em ambas as finais.
Concluindo, o Benfica dignificou o futebol nacional e teve longos períodos em que dominou o campeão europeu. Todavia, não teve sorte e as maldições subsistem. Quais os destaques? Quando acabarão as maldições? Poderá o Benfica voltar a uma final europeia a curto prazo (a final da Champions League irá realizar-se na Luz)?
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ResponderExcluirO Benfica fez frente ao Chelsea uma partida muito boa, fez aquilo que tinha de fazer, jogar sem medo do adversário, jogar solto e criar lances de perigo. Não cometeu o erro do jogo contra o Porto, de jogar com o resultado e fechar-se mais na defesa. O Benfica foi apenas infeliz no capítulo da finalização. Mas isso já é uma "sina" do futebol português, que é o de não concretizarmos ou não sermos tão eficazes na hora de rematar, seja o Benfica, o Porto, ou quem for. E não somos tão bons na hora de finalizar, porque na verdade não temos atacantes tão bons como em Espanha ou em Inglaterra (repare-se que o nosso problema, em comparação com equipas estrangeiras, nunca foi no meio campo ou na defesa). Julgo mesmo que esse é um assunto muito importante e decisivo para o futebol nacional e que a Federação Portuguesa (e outras entidades ligadas ao futebol) devia pensar seriamente e debater este assunto. O Benfica está todavia de parabéns pela excelente imagem que deixou ontem perante o Chelsea.